Oi, crianças.
Bem, esta é uma postagem que estou devendo há um bom tempo, antes mesmo de abrir este blog, quando ainda usava o Wordpress.
O blog da Mari (Diário de uma mãe polvo) e a minha própria experiência de infância me levaram a querer falar um pouco sobre o tema. Então, sem a pretensão de saber muito sobre o assunto, vou apenas responder a três perguntinhas, antes de contar a minha experiência, que me voltou à memória lendo os relatos da Mari.
Primeira pergunta - O que é?
De acordo com a Wikipedia, Paralisia Cerebral (de agora em diante referida como PC) é uma lesão em uma ou mais partes do cérebro, provocada muitas vezes pela falta de oxigenação das células cerebrais.
Segunda pergunta - O que não é?
A PC não é sinônimo de retardo mental ou atraso no desenvolvimento da inteligência, a menos que uma parte do cérebro especificamente ligada a esse desenvolvimento seja afetada por ela.
Terceira pergunta - Como acontece?
A PC pode ocorrer por causas pré-natais, como infecções ou doenças como rubéola, sífilis, listeriose, toxoplasmose ou AIDS, pelo uso de drogas, cigarro ou álcool, durante a gestação, desnutrição materna ou alterações cardiocirculatórias maternas.
Pode ocorrer também por causas perinatais (no momento do parto), como falta de oxigênio durante o nascimento ou hemorragia intracraniana.
Ou ainda pode ocorrer após o parto, por traumatismos cerebrais, meningite, convulsões, desnutrição ou hidrocefalia.
Como o cérebro controla todas as funções do corpo, qualquer lesão nele afetará a função (ou as funções) ligada (ligadas) à área afetada.
Dadas as explicações (espero que tenha conseguido me fazer entender), conto a minha experiência, já pedindo desculpas pelas falhas impostas pela memória.
Quando eu tinha mais ou menos uns sete ou oito anos, tivemos uma família de vizinhos cuja filha tinha PC desde bebê. Ela não andava sem apoio e não falava em hipótese alguma, comunicando-se apenas por sons e gestos.
Eu, curiosa como toda criança, quis logo conhecer a nova vizinha. Com o tempo, comecei a passar um bom tempo com a nova amiguinha, que regulava em idade comigo, eu falando pelos cotovelos (como sempre) e ela respondendo do jeito dela.
O engraçado é que eu, com tão pouca idade, a entendia e sabia que ela me entendia. Do nosso jeito, fomos criando um meio de nos comunicar e desenvolvendo uma amizade. A mãe dela mesmo dizia que ela ficava diferente, mais animada, assim que ouvia minha voz quando eu chegava.
Com a volubilidade infantil, não a procurei depois que se mudou, algo de que me acuso hoje.
Mas mesmo assim, os meses em que tive a presença dessa amiga (chamada Amanda) na minha vida serviram para me ensinar que todos nós somos iguais e humanos, e só queremos a companhia uns dos outros, não importa quão diferentes possamos parecer por fora.
Beijos!